Em uma movimentação estratégica que altera significativamente o cenário político fluminense, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta quarta-feira (21) a nomeação do vice-governador Thiago Pampolha (MDB) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). A votação registrou 57 votos favoráveis, 5 contrários e 7 abstenções .
A indicação de Pampolha, oficializada pelo governador Cláudio Castro (PL) na segunda-feira (19), é parte de uma articulação política que visa reposicionar o presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), como primeiro na linha sucessória do governo estadual. Com a saída de Pampolha do Executivo, Bacellar assume a posição de vice-governador, abrindo caminho para uma possível candidatura ao Palácio Guanabara em 2026 .
Antes da votação em plenário, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj aprovou por unanimidade a indicação de Pampolha. Durante a sabatina, o vice-governador destacou que, embora não fosse seu objetivo inicial, a decisão de integrar o TCE-RJ representa um novo desafio em sua trajetória pública. Ele afirmou que atuará com independência e que o tribunal deve exercer um papel orientador para os gestores públicos .
A nomeação recebeu críticas de parlamentares do PSOL, que votaram contra a indicação. O deputado Flávio Serafini argumentou que a escolha faz parte de um arranjo político-eleitoral para fortalecer o grupo no poder e expandir sua influência sobre instituições estaduais. Deputados do PT, PSB e PCdoB optaram por abstenção, apesar de reconhecerem a trajetória de Pampolha .
A movimentação política sugere que o governador Cláudio Castro poderá renunciar ao cargo no primeiro semestre de 2026 para disputar uma vaga no Legislativo, permitindo que Bacellar assuma o governo e concorra à reeleição como governador em exercício .
A aprovação de Thiago Pampolha como conselheiro do TCE-RJ não apenas redefine a composição do tribunal, mas também sinaliza uma reconfiguração estratégica na política estadual, com possíveis desdobramentos significativos nas eleições de 2026. A nomeação evidencia como decisões institucionais podem ser utilizadas para moldar o futuro político do estado.