Três incidentes com elevadores terminaram com duas pessoas mortas e uma ferida no Rio entre domingo, 30 de junho, e segunda-feira, 1º de julho. Uma das mortes aconteceu em um edifício residencial em Copacabana. Os outros dois casos foram registrados em prédios públicos.
No domingo, um paciente morreu após ficar preso em um dos elevadores do Hospital Municipal Salgado Filho, zona norte carioca. A porta do equipamento descarrilou no momento em que a equipe médica transferia o homem para outro andar da unidade. Todos ficaram presos no elevador por 16 minutos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde classificou o incidente como “grave” e informou que abriu sindicância para apurar o caso. De acordo com a pasta, o paciente tratava de uma doença crônica.
“Ele tinha acabado de passar por uma reanimação cardiorrespiratória e estava sendo transferido de andar justamente pelo agravamento do quadro. Após o ocorrido, ele foi levado para a sala de trauma, mas acabou falecendo em razão do quadro grave que apresentava”, declarou a secretaria.
A secretaria também informou que “um novo conjunto de elevadores já foi licitado” e começará a ser instalado em até 30 dias. “Enquanto isso, uma equipe de manutenção fica à disposição na unidade 24 horas para reparos necessários. Neste momento, dois elevadores estão em funcionamento e a equipe de manutenção segue no local”, informou o órgão municipal na manhã desta terça.
Na segunda-feira, 1º, um homem morreu enquanto fazia a manutenção do elevador de um edifício em Copacabana, na zona sul. O operário teria despencado durante a realização do serviço.
No mesmo dia, uma funcionária pública se feriu enquanto utilizava um dos elevadores da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz-RJ). O acidente teria acontecido porque o equipamento ultrapassou o teto.
A mulher ficou presa no elevador e precisou ser resgatada pelos bombeiros. Não há informações sobre seu estado de saúde. A Sefaz-RJ informou que “acompanha o estado de saúde da funcionária que estava dentro do elevador e presta toda a assistência necessária a ela e a seus familiares”.
Ainda de acordo com a secretaria, os elevadores passam por vistoria mensal, sendo que a última foi realizada em 21 de junho. “Os elevadores estavam em perfeitas condições de uso. Dois técnicos em mecânica também trabalham em regime de dedicação exclusiva para atender chamados emergenciais”, afirmou o órgão.
Crea e Polícia Civil investigam falhas no serviço de manutenção dos elevadores
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) informou que apura se houve falha no serviço de manutenção dos elevadores. “O Crea-RJ já constatou que o responsável pela manutenção do elevador que despencou no Hospital Salgado Filho não tem registro no Crea de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), o que indica alguma irregularidade. A Fiscalização do Crea-RJ vai enviar equipes aos locais de acidente a fim de apurar a responsabilidade pela prestação do serviço”, diz o órgão.
De acordo com o o conselho, a empresa responsável pela manutenção na Sefaz está regularizada, mas o caso também passará por apuração.
A Polícia Civil, por sua vez, abriu dois inquéritos para apurar as mortes. “Quanto ao ocorrido em Copacabana, o caso foi registrado na 13ª DP (Ipanema). A perícia foi realizada no local e testemunhas serão ouvidas. Diligências estão em andamento”, informou a corporação. “Em relação ao ocorrido no Hospital Salgado Filho, o caso foi encaminhado para a 1ª DP (Praça Mauá). Os agentes estão ouvindo testemunhas e realizam demais diligências para esclarecer os fatos.”
O Estadão pediu posicionamento à empresa responsável pela manutenção do elevador em Copacabana, mas não houve retorno até a publicação deste texto.