LUCAS MUSETTI PERAZOLLI
SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Raniele precisou de cinco meses para virar unanimidade no Corinthians.
O jogador encantou a todos no Corinthians e é considerado um investimento certeiro. O Timão pagou R$ 13,3 milhões ao Cuiabá.
O meio-campista é um leão em campo e fora das quatro linhas concilia liderança e carisma. Ele já é um dos capitães do elenco.
“Xodó” de António Oliveira no Cuiabá, Raniele reencontrou o treinador e está cada vez mais à vontade nos vestiários. Ele é um dos que pedem a palavra e tem voz ativa com os mais jovens, mesmo aos 27 anos.
O próprio goleiro Cássio citou Raniele como uma das lideranças para o futuro sem o ex-capitão. Fagner ficou com a faixa, mas Raniele, Carlos Miguel, Gustavo Henrique e Rodrigo Garro são tidos como referências para os demais
Esse perfil de “pitbull” em campo contrapõe o jeito resenha no dia a dia. Raniele é um dos mais bem humorados e adora botar apelidos nos colegas.
Já virou atração o pós-jogo de Raniele. Ele vai na foto de cada um dos companheiros para zoar, como foi no “muito bem, anão” para Garro depois do gol de falta diante do Racing-URU.
Raniele chama a atenção pela ausência de vaidade, como foi no episódio com o ex-técnico Mano Menezes.
O volante ficou muito irritado ao ouvir Mano dizer que Raniele “achou que estava em Cuiabá” ao errar um chute. Em entrevista, porém, o atleta concordou com a bronca e evitou polêmicas.
Situação semelhante ocorreu nos primeiros jogos de António Oliveira, quando Raniele sempre terminava os jogos como zagueiro.
António entendia que Raniele precisava ser o terceiro zagueiro ou zagueiro de fato, limitando seu futebol. O meio-campista entendia que essa não era sua melhor versão, mas fez sem reclamar.
Agora, com Breno Bidon titular, Raniele voltou ao seu habitat: um primeiro volante à frente da defesa, com alguma liberdade para subir. Ele raramente vai para a zaga.
Esses bons exemplos, somados ao bom rendimento em campo, fazem o Corinthians estar extremamente feliz com Raniele.