Só em Búzios foram cumpridos 9 mandados de busca e apreensão. Houve um cumprimento em Cabo Frio e outro em Cordeiro. Um dos investigados da ‘Operação Rota do Rio’ teria movimentado mais de R$ 1 milhão em atividades ilícitas. Agentes cumprem 113 mandados de busca e apreensão no RJ e em outros estados
Durante a operação da Polícia Civil que mira a expansão de uma facção do tráfico de drogas do Rio de Janeiro para a Região Norte do país foram cumpridos, só na Região dos Lagos, nesta terça-feira (21), dez mandados de busca em apreensão: sendo nove em Armação dos Búzios e um no distrito de Tamoios, em Cabo Frio. Na Região Serrana, também houve cumprimento de mandado na cidade de Cordeiro.
Ao todo, os agentes cumpriram 113 mandados de busca e apreensão em quatro estados. No Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas e Pará.
A Polícia Civil investiga o envolvimento de pessoas e empresas em uma aliança entre a facção carioca e criminosos no estado do Amazonas. Essa aliança passou a controlar, por exemplo, a fronteira do Brasil com o Peru e com a Colômbia.
Houve cumprimento dos mandados em endereços de supostos associados. Só na cidade de Búzios, a ação dos agentes mirou um portal de notícias, uma produtora de shows e eventos, uma pousada e uma loja de bebidas.
De acordo com a Polícia Civil, um dos investigados em Búzios é um alvo principal da operação. Ele é apontado pelos investigadores como o responsável pelo núcleo da facção existente na cidade, mantendo ligação com outros alvos principais. A polícia afirma que ele mantém relacionamento financeiro com outras pessoas, realizando movimentação expressiva e incompatível com a renda declarada.
Segundo as investigações da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), a aliança entre a facção carioca e criminosos do Amazonas ocorreu depois de racha em uma facção amazonense, e um dos lados se aliou à facção do Rio de Janeiro, reconfigurando as rotas das drogas pelo país.
Do estado fluminense, saia o dinheiro para a compra de drogas nas áreas de fronteiras no Norte do país, e depois, os entorpecentes eram levados para o Rio.
Um dos alvos dessa investigação teria movimentado mais de R$ 1,4 milhão com muitos depósitos feitos de Manaus (AM).
Segundo a polícia, os alvos são pessoas identificadas como integrantes ou associados a um dos “braços operacionais e financeiros” da facção criminosa. Em dois anos, as facções movimentaram R$ 27 milhões em atividades ilícitas.
Ainda de acordo com a polícia, empresas eram usadas para lavar esse dinheiro. Uma delas é um frigorífico, que pertence ao ex-prefeito da cidade de Anamã, no interior do Amazonas. A polícia esteve na casa de Raimundo Pinheiro da Silva e apreendeu dinheiro e dois carros.