Segundo a PF, o grupo propaga informações e notícias falsas sobre candidatos e influenciou disputas em pelo menos 13 prefeituras no estado desde 2016 — ou 3 pleitos. PF vai com um blindado até o Éden, em Meriti, na Operação Teatro Invisível
Reprodução/PF
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quinta-feira (12) 4 pessoas na Operação Teatro Invisível, contra a disseminação de fake news nas eleições municipais do RJ. Segundo a PF, o grupo propaga informações e notícias falsas sobre candidatos e influenciou disputas em pelo menos 13 prefeituras no estado desde 2016 — ou 3 pleitos.
Agentes saíram para cumprir 4 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão. O juiz Bruno Rulière, da 8ª Zona Eleitoral, também determinou o bloqueio judicial de R$ 1 milhão em bens para cada investigado. Os nomes deles não foram divulgados.
A maior parte do grupo mora em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Para cumprir um dos mandados, no Éden, a PF mobilizou até um blindado.
PF faz operação no RJ contra fake news em eleições municipais
Municípios onde o bando atuava
Araruama
Belford Roxo
Cabo Frio
Carapebus
Guapimirim
Itaguaí
Itatiaia
Mangaratiba
Miguel Pereira
Paracambi
Paraty
São João de Meriti
Saquarema
Dinheiro apreendido na Operação Teatro Invisível
Reprodução/PF
R$ 2 mil para atores
“As investigações revelaram que a organização criminosa, por meio de seus líderes — que já chegaram a ocupar funções públicas em diversas cidades do RJ —, desenvolveu um sofisticado e lucrativo esquema baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de diversos municípios”, afirmou a PF.
Ainda de acordo com a investigação, os contratados passavam a circular diariamente pelo município alvo “e se infiltravam em locais com aglomerações de pessoas, como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados”, difundindo aos eleitores falsas afirmações sobre um candidato rival.
“Apurou-se que os atores contratados, propagadores das informações falsas, recebiam R$ 2 mil por mês para exercer tal função, e que os coordenadores da empreitada criminosa recebiam dos líderes da organização a quantia mensal de R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria prefeitura”, descreveu a PF.
“No ano eleitoral, quando o esquema entrava em vigor, os coordenadores eram exonerados de seus cargos e substituídos por ‘laranjas’, a fim de manter o ‘direito’ sobre eles”, destacou.
O esquema incluía relatórios diários das atividades, com a especificação da quantidade de eleitores abordados, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores “convertidos”.
Os autores dos fatos são investigados por organização criminosa, desvio de funcionários públicos para a atuação no grupo criminoso, utilização de laranjas para burlar incompatibilidades com o exercício da função pública, lavagem de dinheiro, constrangimento ilegal de servidores (assédio eleitoral) e os tipos penais ligados à difusão de notícias falsas, previstos no Código Eleitoral.
Como eleitores de Bolsonaro e Lula de 2022 dizem que vão votar nas eleições 2024