A Corregedoria não só confirmou a extorsão dentro da 125ª DP como também descobriu que a vítima foi coagida depois. A Corregedoria da Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quarta-feira (7) a Operação Cinquecento, contra 2 agentes da 125ª DP (São Pedro da Aldeia) que, segundo as investigações, cobraram para registrar um roubo. Até a última atualização desta reportagem, 1 policial havia sido preso.
Uma força-tarefa da Corregedoria e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saiu para cumprir 2 mandados de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão nos municípios de São Pedro da Aldeia, Armação de Búzios e Saquarema, na Região dos Lagos, além da capital. A sede da delegacia é um dos endereços visados.
Sede da 125ª DP (São Pedro da Aldeia)
Reprodução/GoogleStreetView
Denúncia no TikTok
A investigação começou há 3 meses, quando a vítima relatou o caso no TikTok. Na denúncia, a pessoa conta que teve a moto roubada em Cabo Frio, mas conseguiu recuperá-la por meios próprios. Ao procurar a polícia para comunicar o fato e regularizar a moto, porém, ouviu dos 2 agentes que deveria pagar R$ 1 mil, do contrário a ocorrência não seria registrada. Acabou entregando R$ 500, e mesmo assim o caso foi classificado como “apreensão de veículo”, em vez de “recuperação”.
A Corregedoria não só confirmou a cobrança dentro da 125ª DP como também descobriu que a vítima foi coagida depois.
Os corregedores primeiro apuraram que um dos policiais ordenou que a vítima colocasse os R$ 500 na gaveta de uma mesa no setor de “Evidência de Armas”.
Ainda segundo o órgão, depois da postagem no TikTok os agentes intimaram a vítima a voltar à distrital sob o pretexto de assinar documentos. No entanto, quando a pessoa chegou, foi coagida dentro da delegacia a prestar um depoimento negando ter havido qualquer cobrança.
A coação serviu como confirmação para os crimes praticados pelos policiais, tendo em vista que eles não haviam sido citados no vídeo no TikTok.
Os policiais civis foram denunciados pelo Gaeco pela prática dos crimes de falsidade ideológica e corrupção passiva.