Mais de 70 aviões e navios chineses cercam Taiwan

Nesta quarta-feira (10), Taiwan informou a presença de mais de 70 aeronaves e navios chineses próximos ao seu território, como parte de uma mobilização naval de grande escala no Pacífico. Apesar da dimensão das manobras, Pequim ainda não anunciou oficialmente os exercícios.

 

Segundo comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan, entre as 6h de terça-feira e as 6h de hoje (horário local), foram detectados 53 aviões e 11 navios de guerra chineses, além de oito embarcações oficiais. Esse número representa um aumento em relação ao dia anterior, quando 47 aeronaves, 12 navios militares e nove embarcações oficiais foram registrados.

Do total de aeronaves, incluindo caças e drones, 23 cruzaram a linha média do Estreito de Taiwan e entraram nas zonas norte, sudoeste e leste da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, segundo mapa divulgado pelo ministério.

Pequim permanece em silêncio sobre as operações, que Taipé classifica como uma “impressionante demonstração de força militar”. As embarcações chinesas, tanto da marinha quanto da guarda costeira, estão operando em uma área de aproximadamente mil quilômetros, que vai de Xangai até a província de Fujian, no sudeste da China.

Diferente de exercícios anteriores, realizados em maio e outubro, quando a China anunciou publicamente o início e o fim das operações, desta vez Pequim apenas declarou sete zonas aéreas reservadas em frente às províncias de Zhejiang e Fujian.

De acordo com autoridades taiwanesas, as forças chinesas formaram duas “muralhas” navais: uma a leste da ADIZ de Taiwan e outra no Pacífico Ocidental. A intenção, segundo Taipé, é reafirmar a soberania chinesa sobre o Estreito de Taiwan e intimidar países da região.

“O alcance e a escala dessas operações diferem significativamente de exercícios anteriores. A China está tentando isolar a região e expandir sua presença militar no exterior”, afirmou Hsieh Jih-sheng, vice-diretor dos serviços de inteligência do Ministério da Defesa de Taiwan.

A mobilização chinesa ocorre poucos dias após o presidente de Taiwan, William Lai Ching-te, concluir uma viagem diplomática pelo Pacífico Sul, onde visitou os aliados Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau, com escalas no Havaí e em Guam, ambos territórios norte-americanos. A visita irritou Pequim, que considera Taiwan parte de seu território.

Desde a posse de Lai em maio deste ano, a China tem intensificado suas operações militares na região. Dados do Ministério da Defesa de Taiwan indicam que, desde então, mais de 3.400 aviões militares chineses sobrevoaram a ilha, sendo 2.366 em violações da linha divisória do Estreito de Taiwan ou da ADIZ. Isso representa um aumento de 38% em relação a todo o ano de 2023.

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