A saga judicial em torno da herança do lavrador Renê Senna, que ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena, continua a causar divisões e disputas entre a família, mesmo após 17 anos do assassinato.
Renata havia assegurado judicialmente 50% da herança em novembro de 2021. À época, a Justiça determinou que cerca de R$ 43 milhões (sem contar com pouco mais de R$ 10 milhões, frutos da venda de uma fazenda onde Renê morou antes de morrer), fossem depositados em sua conta.
A decisão foi tomada após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar um recurso da viúva, Adriana Ferreira Almeida Nascimento, condenada a 20 anos de prisão por mandar matar Renê ao descobrir que seria excluída do testamento devido a uma traição.
Batalha judicial entre a viúva e a família
Adriana, ex-mulher do milionário e acusada como mandante do assassinato, tentava validar um terceiro testamento, que dava direito a ela à metade da fortuna. No entanto, o Judiciário considerou que Renê foi manipulado por Adriana, que teria um plano para matá-lo.
Assim, o acórdão reconheceu a validade de um dos testamentos anteriores, que dava a oito irmãos e um sobrinho de Renê o direito à outra metade de seus bens, além da parte já destinada por direito à Renata, filha do milionário.
Em setembro de 2023, Renata apresentou um novo testamento — alegando que o último documento havia caducado (perdido a validade) —, datado de 14 de outubro de 2006, no qual ela aparecia como única herdeira, anulando, assim, os direitos dos irmãos e do sobrinho de Renê.
A defesa dos excluídos, representada por Sebastião Mendonça, argumenta que as testemunhas deste testamento têm interesse na causa, o que comprometeria a validade do documento.
“O documento está com nulidades. A testemunha que participou do testamento tinha interesse na causa por já ter prestado assessoria financeira ao Renê e à Renata, que era inventariante do espólio. O código civil fala que quem tem interesse na causa, quem tem afinidade, ou é amigo, ou inimigo, não pode participar do ato”, afirmou o advogado ao jornal O Globo.
Fonte: O Globo