Ex-vice presidente de Bolsonaro na chapa de 2022 é investigado por envolvimento em trama golpista e planejamento de assassinado do atual presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes
O general da reserva Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado. A prisão está relacionada a um inquérito que investiga uma trama golpista, e Braga Netto será levado ao Comando Militar do Leste, no Centro do Rio de Janeiro, onde ficará sob custódia do Exército. O local é simbólico, pois foi onde ocorreram acampamentos de manifestantes antidemocráticos após a eleição vencida por Luiz Inácio Lula da Silva.
A prisão ocorre após indícios envolvendo uma possível tentativa de obstrução da investigação, que apura ações ligadas a um golpe de Estado. A Polícia Federal também realizou buscas na casa de Braga Netto e encontrou um documento na sede do PL (Partido Liberal), que indicaria que membros do partido, possivelmente com envolvimento do ex-ministro, tentaram acessar detalhes da colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com a PF. Cid foi um dos envolvidos na trama golpista e fez uma delação premiada.
O documento encontrado traz uma série de “perguntas e respostas”, com questionamentos sobre o conteúdo da delação de Cid, sugerindo que a estratégia era obter informações sobre o teor da colaboração. Em uma das questões, por exemplo, foi perguntado sobre as reuniões do grupo golpista e o teor das conversas, ao que Cid respondeu que não participava das reuniões e não tinha informações sobre elas.
Além disso, uma troca de mensagens revelou que familiares de Mauro Cid, ao saberem da delação, entraram em contato com Braga Netto e com o ex-ministro Augusto Heleno, afirmando que as acusações eram falsas. Esse episódio foi registrado no dia 12 de setembro, três dias após a homologação da delação por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).