RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A folga acabou. E o Flamengo começa hoje, na prática, a viver uma indesejada realidade sem Pedro – que está fora da temporada. O time de Tite volta aos treinos no Ninho do Urubu – ainda sem os convocados para as seleções – para se reorganizar pensando no duelo de quinta-feira, contra o Bahia, jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil.
Apesar dos últimos movimentos da diretoria no mercado, tentando um atacante que esteja livre para preencher a lacuna na posição, a comissão técnica sabe que não vai chegar um “novo Pedro”, em termos de características.
Por isso, cenário é de adaptação e a própria comissão técnica já sabe que a tarefa será se ajustar sem o artilheiro.
O QUE O TITE TEM EM MÃOS
Olhando para o elenco, o Flamengo não é o mesmo quando Gabigol joga de camisa 9, por exemplo. Ele é um atacante de atacar espaços, tentar combinações e, por vezes, aparecer em outras faixas do campo, mais longe da área.
Carlinhos é um 9 mais encorpado, mais lento e mais alto. Costuma ser usado quando Tite quer mais presença de área.
E Bruno Henrique é uma solução diante da crise física do time, um cara que gosta de lançamentos em profundidades para explorar a velocidade. Também em ótima impulsão.
Mas nenhum deles replica o cenário de ter um Pedro no ataque.
O Flamengo de Tite, inclusive, ganhou uma cara específica por ter o centroavante como titular. Um jogo mais longo, para que ele consiga usar o pivô e gere o jogo na faixa central ou dentro da área.
Ainda que Tite não faça uma mudança radical no jeito de o Flamengo jogar, o time vai passar por um processo de adaptação e entendimento da nova realidade.
COMO COMPENSAR?
Pedro é o principal artilheiro do Flamengo no ano. Com sobras. Tem 30 gols – sem contar amistosos. E o mais próximo dele é Bruno Henrique, com oito gols.
A ausência do camisa 9 por causa do rompimento no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo é de longo prazo e impacta no peso que o Flamengo tem na área.
Um dos conceitos que a comissão técnica vai trabalhar, segundo o UOL apurou, é encorajar que mais gente chegue na área para finalizar.
A ideia é gerar a confiança para uma presença mais intensa na região próxima ao gol. E isso, na prática, afeta não só quem substituir Pedro, como também os pontas e, sobretudo, os meio-campistas.
Um Flamengo mais compacto e agrupado na frente pode ser o resultado da perda do artilheiro do Brasil na temporada. O time vai ter que compensar. A começar pelo jogo contra o Bahia, se não quiser passar sustos no mata-mata.