Nos últimos seis anos, o clube rubro-negro festejou 12 relevantes conquistas e quase triplicou seu faturamento
O Flamengo decide hoje o 30° título disputado na administração Rodolfo Landim — última chance para a gestão fechar um círculo virtuoso dentro e fora de campo. Nos últimos seis anos, o clube festejou 12 relevantes conquistas e quase triplicou seu faturamento, saindo dos 500 milhões para algo próximo a R$ 1,5 bilhão. Mas a um mês do pleito que apontará o presidente rubro-negro para o próximo triênio, a sensação mistura orgulho e frustração.
Orgulho, pelos títulos empilhados de forma espetacular por uma geração não formada na Gávea, mas grande identificação com o clube: quatro Estaduais, incluindo mais um tri na galeria; dois títulos do Brasileiros, duas Libertadores, uma Copa do Brasil, dois troféus da Supercopa do Brasil, e um da Recopa Sul-Americana. Somando a eles participações nos Mundiais de Clubes de 2019 e 2022 — este jogado no ano seguinte. De fato, um cartel dos mais invejáveis.
Mas, talvez pelo poder forjado na pujança financeira, o Flamengo, paradoxalmente, gerou também a estranha a sensação de fracasso. Certamente, pelo desempenho em 2023, o único ano sem títulos, com derrotas em decisões para o Fluminense no Estadual, Palmeiras, na Supercopa do Brasil, e Independiente del Valle, na Recopa Sul-Americana. Sentimento também potencializado por seguidas trocas de treinadores com gastos milionários em indenizações.
Hoje, reenergizado pelo espírito europeizado de Filipe Luís, o time conseguiu se reconectar de tal forma com os torcedores que é bem provável encontrar quem o veja favorito nesta final da Copa do Brasil disputada contra o Atlético-MG, num confronto de 180 minutos que começa esta tarde no Maracanã e termina no próximo domingo, na Arena do Galo, em Belo Horizonte. Mesmo que saibam que o time tem sérios e importantes desfalques.
Mais do que isso: o Flamengo de Filipe Luís está ainda em fase de “reaprendizado”. O que torna essa disputa com o time do argentino Gabriel Milito mais excitante. O Atlético-MG, um dos finalistas da Libertadores, parece mais rodado na proposta do treinador. Mas o conjunto trabalhado pelo ex-lateral-esquerdo rubro-negro, dez vezes campeão pelo clube entre 2019 e 2023, já resgatou na memória afetiva dos torcedores a essência que fortalece o elo entre eles.
E a diretoria rubro-negra que ainda sonha com a possibilidade de mais um triênio à frente do clube confia na força dessa união para fechar o ciclo com o 13° na conta.