A cidade de Itaperuna, no Noroeste Fluminense, tornou-se palco de uma grave denúncia: a Polícia Civil investiga um suposto caso de racismo ocorrido dentro de uma faculdade particular da cidade, envolvendo alunos de um curso de graduação. O episódio gerou indignação nas redes sociais e mobilizou autoridades locais.
Segundo o registro feito na 143ª Delegacia de Polícia de Itaperuna, a vítima relatou ter sofrido ofensas de cunho racial durante uma aula, em um ambiente onde o respeito e a convivência deveriam prevalecer. A delegada responsável pelo caso confirmou que a unidade já instaurou inquérito e está ouvindo testemunhas para apurar os fatos e identificar os envolvidos.
A instituição de ensino, procurada pela reportagem, informou por meio de nota que repudia qualquer forma de discriminação e que colabora com as investigações, oferecendo apoio à vítima e adotando medidas internas para apurar as responsabilidades.
O caso ocorre em um momento de crescente mobilização contra o racismo no Brasil, especialmente dentro de espaços acadêmicos, que ainda enfrentam desafios estruturais para garantir igualdade e representatividade.
A OAB-Itaperuna e movimentos sociais da região se manifestaram cobrando ações enérgicas da Justiça e acompanhamento institucional por parte do Ministério Público. “Casos assim não podem ser tratados com silêncio ou normalidade. Precisamos de responsabilização e de políticas que garantam ambientes educativos livres de preconceito”, afirmou uma representante do movimento negro local.
O crime de racismo é previsto na Lei nº 7.716/1989, e pode resultar em pena de reclusão de até cinco anos, além de multa.
A investigação segue em curso, e novas diligências devem ocorrer nos próximos dias.
