EUA fazem nova prisão de manifestante pró-Palestina na Universidade Columbia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As autoridades federais de imigração dos Estados Unidos afirmaram nesta sexta-feira (14) que prenderam mais uma pessoa supostamente envolvida nos protestos pró-Palestina que ocorreram no ano passado na Universidade Columbia, em Nova York. Anunciaram ainda a revogação do visto de outra estudante.

 

Leqaa Kordia, de origem palestina, foi detida por agentes de imigração sob a acusação de permanecer nos EUA após o vencimento de seu visto de estudante, segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS).
A agência informou que o documento foi cancelado em janeiro de 2022 devido à “falta de frequência” acadêmica. Kordia já havia sido detida anteriormente, em abril de 2024, devido ao seu suposto envolvimento nos protestos que ocorreram na Universidade Columbia.
O DHS disse também que revogou o visto de Ranjani Srinivasan, cidadã indiana e estudante de doutorado na mesma instituição. As autoridades a acusaram de “defender violência e terrorismo”, mas não esclareceram quais provas tinham para sustentar essas informações. O DHS informou que Srinivasan optou por “se autodeportar” na terça-feira (11), cinco dias após a revogação de seu visto.
O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos vão revogar o visto de mais estudantes nos próximos dias.
O campus da Universidade Columbia foi palco de protestos pró-Palestina devido à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. As manifestações contra as ações de Israel em Gaza, que mataram quase 50 mil palestinos, segundo o Hamas, fizeram parte da maior onda de protestos estudantis nos EUA desde as marchas contra o racismo em 2020, motivadas pelo assassinato de George Floyd.
O governo Trump afirmou que ivai visar os não cidadãos [americanos] que protestam contra a guerra. Oposição e defensores dos direitos civis afirmam que tais ações representam uma violação do direito à liberdade de expressão garantido pela Primeira Emenda da Constituição.
No domingo (9), um líder dos atos na universidade, Mahmoud Khalil, foi preso por agentes da imigração com base apenas em uma determinação do secretário de Estado.
Rubio disse aos repórteres nesta quarta que estudantes como Khalil não teriam sido autorizados a entrar nos Estados Unidos se os oficiais soubessem que eles se envolveriam em protestos.
Na quinta-feira (13), a Universidade de Columbia anunciou sanções disciplinares a estudantes envolvidos nos protestos pró-Palestina, incluindo expulsões, suspensões e revogações temporárias de diplomas. O conselho judicial da universidade determinou as punições como resposta à ocupação do Hamilton Hall, um edifício histórico da instituição, que foi rebatizado pelos manifestantes como Hind Hall, em homenagem a Hind Rajab, uma criança palestina de seis anos morta no conflito.
A universidade não divulgou os nomes nem o número exato de estudantes punidos, citando leis federais de privacidade, segundo uma porta-voz mencionada pelo jornal The New York Times.
Na mesma quinta-feira, agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) realizaram visitas a residências estudantis da universidade, mas, até o momento, não realizaram novas prisões.