Região é uma área de risco para dengue, chikungunya e febre maculosa
O município de Campos, assim como outros no Brasil, sofre com o impacto da dengue, acompanhado de doenças como a febre maculosa e chikungunya, por exemplo. E na maior cidade do interior do Rio, o alerta vai para a Baixada Campista, onde ocorreram quatro mortes das seis registradas no município. Mesmo com o número preocupante, a região carece de Unidades Básicas de Saúde (UBS´s) para atender a população.
Conforme afirma o enfermeiro de acolhimento Wellington Antônio da Silva, o principal objetivo de uma UBS é acompanhar o cidadão no fomento à saúde e à prevenção de doenças ou de complicações de doenças já existentes. Neste caso, a população da Baixada Campista não tem muitas opções para recorrer e busca atendimento somente no Hospital São José, localizado em Nova Goitacazes, ou na Policlína de Baixa Grande, o que gera mais um problema: a superlotação de pacientes, que muitas vezes desistem do atendimento.
Há um tempo eu senti muita dor no corpo, febre e fui buscar atendimento no São José. Quando cheguei lá me deparei com dezenas de pessoas na minha frente e reclamando da demora do atendimento. Tive que voltar pra casa e fui tentar ser atendida no Centro da cidade, o que atrapalhou muito minha logística. O pior é que essa situação não acontece só comigo, e sim com várias pessoas desta região”
A Baixada Campista é uma área muito extensa e que possui diversas localidades que fazem divisa com outros municípios. Seguindo essa linha, o fator populacional e a dificuldade de locomoção podem ser levados em consideração, pois muitas das vezes os moradores de determinado distrito tendem a sair da região para ter acesso à saúde.
Ao considerar os óbitos confirmados, o cenário atual é o seguinte:
Dengue: Três óbitos por dengue no município – uma vítima morava em Donana, na Baixada Campista;
Chikungunya: Um óbito no município – única vítima fatal era um morador de Tocos, na Baixada Campista;
Febre maculosa: Duas mortes no município – ambas vítimas moravam na Baixada Campista, sendo uma em Santo Amaro e outra em Goitacazes.
Com os dados acima, é possível perceber que a Baixada conta com quatro das seis mortes por essas doenças, isso sem contar o número de pacientes infectados que vieram a se recuperar, além dos óbitos ainda em análise. A própria Secretaria de Saúde do município confirmou diversas vezes que a região é considerada uma área de risco, tanto para os mosquitos, quanto para a presença de carrapatos, responsáveis pela proliferação das doenças.
Inclusive, a reportagem do Manchete RJ apurou que especialistas que atuam na Secretaria de Saúde do município já levaram diversas vezes a necessidade da implantação de uma UBS na Baixada Campista para o prefeito Wladimir Garotinho, principalmente em Donana, mas ele ainda não acatou.
Vale ressaltar que as Unidades Básicas de Saúde desempenham um papel central na garantia de acesso a uma saúde de qualidade. Elas oferecem diversos serviços realizados pelo SUS, como consultas, distribuição de medicamentos, vacinas, visitas domiciliares, educação em saúde, entre outros.
O Manchete RJ entrou em contato com a Prefeitura de Campos para saber quais são os critérios utilizados para a instalação de uma UBS em determinado bairro da cidade. Em resposta, a Prefeitura informou:
“São respeitados critérios, entre os quais estão a densidade demográfica e análise de distanciamento territorial das unidades já em funcionamento no município. Também está sendo considerada a estrutura já existente nos territórios, seja para recuperação ou construção do imóvel, o que permite mais celeridade ao processo da assistência preventiva e curativa no âmbito municipal.”
Informações do Portal Manchete RJ