Crise na Educação: falta de merenda, contratos sob suspeita e gestão em xeque

A crise que assola a Secretaria Municipal de Educação de Casimiro de Abreu atinge um novo patamar e já compromete diretamente a rotina de alunos, pais e servidores. As denúncias mais recorrentes envolvem a ausência de merenda em diversas escolas, a falta de professores em sala de aula e falhas constantes no transporte escolar.

No Diário Oficial de 12 de agosto de 2025, consta a notificação à empresa Múltipla Comercial Ltda, responsável pelo fornecimento de insumos alimentares, para que regularizasse a entrega em até 48 horas. Porém, até o momento, não há confirmação de que a determinação tenha sido cumprida. O impasse gera duas leituras igualmente graves: ou parte dos produtos não foi entregue, ou a própria secretaria falhou na distribuição dos itens.

A ausência de transparência agrava a crise. Se a empresa cumpriu o contrato, por que escolas continuam sem merenda? E se não cumpriu, por que não houve qualquer penalidade formal, como prevê a legislação? O silêncio da pasta, comandada por Gracenir Alves de Oliveira, alimenta suspeitas de omissão administrativa.

Outro ponto que levanta questionamentos é o padrão de preços abaixo do mercado apresentado por algumas empresas durante os processos licitatórios. A prática desperta dúvidas sobre possíveis estratégias para vencer certames e, posteriormente, descumprir obrigações contratuais. Também não se descarta a hipótese de o município aceitar produtos de qualidade inferior, o que comprometeria ainda mais a alimentação e a saúde dos alunos.

O conjunto de falhas expõe uma grave desorganização na gestão educacional de Casimiro de Abreu. Diante da indignação crescente, a pressão popular por respostas e mudanças imediatas ganha força. Afinal, oferecer merenda e ensino de qualidade não é um gesto de boa vontade do poder público — é um direito dos estudantes e um dever inegociável da administração municipal.