Cerimônia teve início com quase 2 horas de atraso. Apresentador terá uma outra cerimônia de despedida no Palácio Guanabara, que será aberta para o público. Jornalista morreu nesta quinta-feira (3) aos 97 anos. Corpo de Cid Moreira é velado em Itaipava
Diego Hairdar/TV Globo
O corpo do apresentador Cid Moreira é velado na noite desta quinta-feira (3) no Parque Municipal Prefeito Paulo Rattes, em Itaipava, na região Serrana do Rio de Janeiro. O jornalista morreu aos 97 anos nesta manhã em um hospital de Petrópolis, após falência múltipla dos órgãos.
A cerimônia de despedida tinha previsão de acontecer das 16h às 19h desta quinta (3), no hall de entrada do parque. No entanto, o caixão chegou ao local às 17h50 depois de ser escoltado do hospital até o velório pela Polícia Militar.
Cerimônia de despedida de Cid Moreira
Rogério de Paula/InterTV
Nesta sexta (4), haverá uma segunda cerimônia de despedida no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O salão nobre estará aberto das 8h30 às 10h para a família e de 10h às 13h para o público.
O corpo de Cid será enterrado na sua cidade natal, em Taubaté, no interior de São Paulo. Ainda não se sabe a data e em qual cemitério será a cerimônia de despedida.
“Ele falou pra mim que ele quer ser enterrado em Taubaté. Ficar perto da primeira esposa, da filha que foi, do neto que foi, já conversei com os queridos deles que estão lá, já vão providenciar”, conta a viúva Fátima Sampaio.
O prefeito de Petrópolis, onde ele vivia, declarou luto oficial de 3 dias.
“Cid Moreira tinha um carinho por Petrópolis, em especial por Itaipava, lugar que ele escolheu para morar nos últimos anos”, afirma a nota.
GIF fotos do Cid Moreira
TV Globo
Homenagem de apresentadores
Os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, lembraram das características e qualidades do colega Cid Moreira, de 97 anos.
Bonner, que sucedeu a Moreira em 1996, na reformulação do JN, lembrou da voz marcante do veterano que imortalizou com os bordões ‘Mister M’ e ‘Jabulani’. Por sua vez, Vasconcellos destacou a capacidade de conciliar quem tinha ideias opostas.
Em 2010, Jabulani deixou de ser apenas o nome da bola oficial do Mundial da África do Sul e caiu na boca do povo. O termo, que em zulu significa ‘celebrar’, virou febre graças à vinheta gravada pela voz inconfundível de Cid Moreira para as reportagens do “Fantástico” e as transmissões da TV Globo. O sucesso foi imediato.
“Quem não lembra do Cid falando: ‘Jabulaaaani!'”, lembrou o atual editor-chefe do JN, durante entrevista ao RJ1.
‘O rosto do telejornalismo brasileiro’, diz Bonner sobre Cid Moreira
“O Cid, depois que saiu do Jornal Nacional, conseguiu ser marcante de outras formas, até com certo humor. Como participação no Fantástico. A voz do quadro do Mister M, quem não lembra? (Ele foi) A voz que imortalizou o nome de uma bola de futebol, durante a Copa do Mundo, em 2010, na África, do Sul”, lembra Bonner.
“Esse é o profissional que chegava às casas das pessoas. O profissional que eu tive a honra e a felicidade de trabalhar, algumas vezes, era uma pessoa de extremo bom humor, embora tivesse mais idade que deu, que adorava brincadeiras”, destaca o atual editor-chefe do JN.
Cid apresentou Jornal Nacional por 26 anos — e, daquela bancada, imortalizou o “Boa noite” no imaginário do público.
Renata Vasconcellos salientou que o veterano no JN passava uma formalidade e ao mesmo tempo um sorriso de garoto.
“Eu gostaria de destacar uma qualidade do Cid que é muito rara e maravilhosa: a capacidade de conciliar características opostas. Ele tinha toda a formalidade, o peso que o cargo de apresentador do Jornal Nacional exige, a sobriedade, a seriedade”, destaca Renata.
“Mas, ao mesmo tempo com um olhar carinhoso, um sorriso quase maroto, de garoto, uma alma leve. E ele conseguia passar isso, ao mesmo tempo. Isso fazia com que os brasileiros se identificassem e se sentissem seguros na imagem de uma pessoa íntegra e ao mesmo tempo humana”, emenda ela.
William Bonner, Cid Moreira, Sérgio Chapelin e Renata Vasconcellos
Reprodução/TV Globo