Censo 2022: Enquanto capital perde, interior do Rio tem aumento de favelas

Angra, Arraial do Cabo e Teresópolis estão entre as mais favelizadas

O panorama da crise econômica enfrentada pelo Rio de Janeiro nos últimos anos, causada pela queda do preço do petróleo, resultou em um aumento do endividamento público e refletiu na escassez de políticas públicas, como as de habitação. Essa situação pode ter contribuído para o crescimento da população moradora em favelas no estado. Dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE, apontam que a cidade do Rio de Janeiro continua sendo a que mais possui favelas, com 813 comunidades que abrigam 1,3 milhão de pessoas, mas também revelam um aumento da favelização em outras regiões do estado.

Entre os municípios com maior proporção de população vivendo em favelas, destacam-se Angra dos Reis, Arraial do Cabo e Teresópolis, que enfrentaram tragédias naturais nos últimos anos, como chuvas e deslizamentos. Enquanto isso, a capital fluminense apresenta 21% de sua população residente em favelas. A pesquisa do Censo 2022 mostrou que o número de municípios com favelas no Rio aumentou de 42 para 53, refletindo um crescimento de 118 mil pessoas vivendo nessas condições.

Além disso, o geógrafo Jaison Cervi, do IBGE, destaca que a metodologia de identificação e mapeamento de favelas foi aprimorada, o que pode ter influenciado a descoberta de novas comunidades no levantamento de 2022.

Esses dados indicam não apenas o crescimento da população favelizada, mas também o aumento da necessidade de políticas públicas mais eficazes para mitigar as consequências da crise econômica e garantir melhores condições de habitação e infraestrutura para essa parcela da população.