Bolsa sobe com impulso da Petrobras; dólar cai a R$ 5,16

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira engatou alta no início da tarde desta segunda-feira (22) com apoio das ações da Petrobras, uma das empresas de maior peso do Ibovespa, que avançaram mais de 2%. Com isso, o principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,35%, terminando o dia aos 125.573 pontos.

O mercado segue acompanhando os desdobramentos sobre o pagamento dos dividendos da petroleira. Na sexta (19), a Folha de S.Paulo noticiou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu sinal verde para o governo votar pela distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras.

A medida deve significar um ingresso de cerca de R$ 6 bilhões aos cofres da União, acionista controlador da empresa estatal.

Em comunicado ao mercado, a estatal disse que a maioria do conselho considera satisfatórios os esclarecimentos e atualizações sobre a financiabilidade da empresa no curto, médio e longo prazo de modo que a eventual distribuição dos dividendos não comprometeria a sustentabilidade da empresa.

“Eventual distribuição dos 50% remanescentes pela companhia, a título de dividendos intermediários, será avaliada pelo conselho de administração ao longo do exercício corrente”, disse a Petrobras.

No câmbio, o dólar começou o dia em alta, mas passou a registrar queda ante o real, num movimento de correção após forte valorização na última semana. A moeda americana terminou o dia com recuo de 0,57%, cotada a R$ 5,169. Nas últimas duas sessões, a divisa acumula baixa de 1,55%.

“A semana passada foi bem pesada nos mercados, e hoje a gente tá vendo um rebote desse movimento. Estamos vendo esse mercado voltando, isso também trouxe um certo otimismo para a gente aqui”, diz Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Investidores estão à espera dos dados do índice de inflação americano PCE, o preferido do Federal Reserve (banco central americano), na sexta-feira (26). Após números de preços ao consumidor deste mês, os mercados adiaram apostas num primeiro corte de juros pelo Fed para setembro.

O mercado também aguarda números do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA referentes ao primeiro trimestre, a serem divulgados na quinta.

Investidores também seguem de olho nas perspectivas fiscais do Brasil, num momento em que cresceram as apostas em desaceleração do afrouxamento monetário do Banco Central devido aos riscos de deterioração das contas públicas.

Em teoria, um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.

No entanto, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

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