Levantamento aponta que 23,5 milhões de pessoas no país residem em territórios com forte presença do crime organizado, com impactos graves na segurança e acesso a serviços.
Uma pesquisa de abrangência nacional realizada pelo Instituto Datafolha, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e a Folha de S. Paulo, revelou um cenário alarmante sobre a presença do crime organizado no Brasil.
O levantamento aponta que, no mínimo, 23,5 milhões de brasileiros residem em áreas onde há domínio ou forte influência de facções criminosas ou milícias. Este número reflete a profunda crise de segurança e a carência de presença estatal em grandes porções do território nacional.
A pesquisa ouviu mais de 2.000 pessoas em 145 cidades e trouxe dados preocupantes sobre a forma como o crime organizado afeta a vida dos cidadãos:
Impacto da Dominação Territorial
| Fator de Risco / Dominação | Detalhe da Pesquisa |
| Pessoas sob Influência Criminosa | 23,5 milhões de brasileiros vivem em áreas com presença de facções ou milícias. |
| Pagamento de Taxas | Mais de 3 milhões de pessoas pagam taxas a grupos armados para garantir a própria segurança ou ter acesso a serviços básicos como água e luz. |
| Cemitérios Clandestinos | 14 milhões de pessoas reconhecem a existência de cemitérios clandestinos em suas cidades, indicando a violência oculta. |
| Desaparecimentos | 10 milhões de pessoas tiveram um parente ou conhecido que desapareceu ao longo de um período de 12 meses. |
| Vigilância Paralela | 30 milhões de pessoas declararam viver em bairros que contam com serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga. |
A dominação territorial por grupos criminosos tem um impacto direto no dia a dia, transformando o crime em um “motor da economia urbana” em muitas regiões e submetendo comunidades inteiras a “tiranias” paralelas. Pesquisadores e especialistas apontam que o crescimento dessas áreas reflete a carência de políticas públicas e a ausência do Estado.