PP e União Brasil repensam estratégia de sucessão no Rio, e Bacellar vê espaço diminuir

A formação da federação entre Progressistas (PP) e União Brasil abriu espaço para disputas internas significativas, politicamente desafiadoras no Rio de Janeiro. O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União) — cotado como principal nome para a sucessão de 2026 — começou a enfrentar resistência, ampliada pelo desgaste da articulação política local.

A união das siglas trouxe maior musculatura eleitoral: com juntos 109 deputados federais e presença consolidada entre prefeitos e senadores, o bloco ganhou força nacional. No entanto, internamente, essa aliança desestabiliza a estratégia de Bacellar como “nome natural” na composição do campo de direita.

Mesmo no comando da Alerj — aliado ao governador, com força e unanimidade em sua reeleição —, Bacellar deixa de ser o único nome no radar eleitoral do bloco. Sua influência poderá ser diluída por conta da federação formalizada e das negociações para acomodar lideranças locais-chave em 2026.

A federação, embora potente, encontrou barreiras no estado. Lideranças do PP, inclusive prefeitos aliados, manifestaram insatisfação com a composição do novo bloco, especialmente em como Bacellar vem sendo promovido como cabeça de chapa para 2026. Isso acirra a necessidade de acordo com outras correntes, como o MDB, e reforça a busca por nomes alternativos.

O governador Cláudio Castro já sinalizou a inclusão de outras lideranças no páreo sucessório ao lado de Bacellar. O ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), surge como alternativa política de peso — num movimento que reforça a estratégia de equilíbrio intra-bloco.

Outros dois nomes passaram a circular com força:

Rodolfo Landim (Progressistas), Ex-presidente do Flamengo, que desponta como uma aposta ousada do partido — com apelo de massa no eleitorado rubro-negro e visibilidade nacional, podendo agregar fora da política tradicional.

Márcio Canella (União Brasil), Diante da mudança do quadro, o União Brasil passou a testar o nome do prefeito de Belford Roxo, Márcio Canella. Eleito em 2024 com 62,9% dos votos, Canella exibe índices expressivos de aprovação popular: segundo pesquisa Quaest, 91% dos moradores acreditam que a cidade “está no rumo certo” e 86% avaliam positivamente sua gestão.

Aliado do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, e próximo a Washington Reis, Canella desponta como alternativa viável para a disputa de 2026, principalmente por sua base consolidada na Baixada Fluminense, reduto estratégico em qualquer eleição estadual.