O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), formalizou no dia 14 de agosto um pedido de extradição do ex-assessor Eduardo Tagliaferro, atualmente residente na Itália. A medida foi encaminhada ao Ministério da Justiça e, em seguida, ao Itamaraty — responsável pela formalização junto às autoridades italianas.
O pedido segue a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 22 de agosto, que acusa Tagliaferro de crimes graves: violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação criminal e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O caso tem origem em indício levantado pela Polícia Federal (PF) em abril, quando Eduardo Tagliaferro foi formalmente indiciado por vazar mensagens sigilosas obtidas enquanto atuava como chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. Essas informações foram utilizadas em reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo.
A PGR sustenta que o vazamento seletivo tinha clara intenção de minar a credibilidade das investigações em curso no STF, particularmente aquelas que tratam da disseminação de fake news e atos antidemocráticos.
A defesa de Tagliaferro, por sua vez, nega categoricamente participação em qualquer vazamento e alega que ele foi vítima de “perseguição política”, apontando para apreensão irregular de seu celular.
Com o pedido em curso, o Ministério das Relações Exteriores aguarda resposta da Itália. Paralelamente, a PGR já apresentou denúncia formal ao STF, onde o processo está em fase inicial.